segunda-feira, 1 de junho de 2009

AFONSO HENRIQUES


Estátua da autoria de SOARES DOS REIS

D. Afonso I, mais conhecido pelo seu nome de príncipe, Dom Afonso Henriques, (Agosto de 11096 de Dezembro de 1185) foi o primeiro rei de Portugal, conquistando a independência portuguesa em relação ao Reino de Leão em 1143 no tratado de Zamora.
Em virtude das suas múltiplas conquistas, que ao longo de mais de quarenta anos mais que duplicaram o território que o seu pai lhe havia legado, foi cognominado O Conquistador; também é conhecido como O Fundador e O Grande. Os muçulmanos, em sinal de respeito, chamaram-lhe Ibn-Arrik («filho de Henrique», tradução literal do
patronímico Henriques) ou El-Bortukali («o Português»).
Afonso Henriques era filho de
Henrique de Borgonha, Conde de Portucale e da infanta Teresa de Leão. Há quem defenda que era filho de Egas Moniz. Terá nascido em Agosto de 1109 em Viseu. Tradicionalmente, acredita-se que terá nascido e sido criado em Guimarães, onde viveu até 1128. Existem referências que dizem que D. Afonso nasceu em Coimbra.
Em
1120, Afonso tomou uma posição política oposta à da mãe (que apoiava o partido dos Travas), sob a direcção do arcebispo de Braga. Este, forçado a emigrar, levou consigo o infante que em 1122 se armou cavaleiro em Tui.
Restabelecida a
paz, voltaram ao condado. Entretanto, novos incidentes provocaram a invasão do Condado Portucalense por Afonso VII de Leão e Castela que, em 1127, cercou Guimarães, onde se encontrava Afonso Henriques. Sendo-lhe prometida a lealdade deste pelo seu aio Egas Moniz, Afonso VII desistiu de conquistar a cidade.
Mas alguns meses depois, em
1128, as tropas de Teresa de Leão e Fernão Peres de Trava defrontaram-se com as de Afonso Henriques na batalha de São Mamede, tendo as tropas do infante saído vitoriosas – o que consagrou a sua autoridade no território portucalense, levando-o a assumir o governo do condado. Consciente da importância das forças que ameaçavam o seu poder, concentrou os seus esforços em negociações junto da Santa Sé com um duplo objectivo: alcançar a plena autonomia da Igreja portuguesa e obter o reconhecimento do Reino.
Em
1139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de Ourique contra um forte contingente mouro, D. Afonso Henriques autoproclamou-se rei de Portugal, com o apoio das suas tropas. Segundo a tradição, a independência foi confirmada mais tarde, nas míticas cortes de Lamego, quando recebeu a coroa de Portugal do arcebispo de Braga, D. João Peculiar, se bem que estudos recentes questionem a reunião destas cortes.
O reconhecimento do
Reino de Leão e de Castela chegou em 1143, com o tratado de Zamora, e deve-se ao desejo de Afonso VII de Leão e Castela em tomar o título de imperador de toda a Hispânia e, como tal, necessitar de reis como vassalos. Desde então, Afonso I procurou consolidar a independência por si declarada. Fez importantes doações à Igreja e fundou diversos conventos.
Procurou também conquistar terreno a sul, povoado então por
mouros: Leiria em 1135 (1145, conquista final) usando a técnica de assalto; Santarém em 1146 (1147, conquista final), também utilizando a técnica de assalto; Lisboa (onde utilizou o cerco como táctica de conquista, graças à ajuda dos cruzados), Almada e Palmela em 1147, Alcácer em 1160 e depois quase todo o Alentejo, que posteriormente seria recuperado pelos mouros, pouco antes de D. Afonso falecer (em 1185).
Em
1179 o Papa Alexandre III reconheceu Portugal como país independente e vassalo da Igreja, através da Bula Manifestis Probatum.
De
1166 a 1168, D. Afonso Henriques apoderara-se de várias praças pertencentes à coroa leonesa. Fernando II de Leão estava a repovoar Ciudad Rodrigo e o português, suspeitando que o seu genro estava a fortificar a cidade para o atacar, enviou um exército comandado pelo seu filho, o infante D. Sancho, contra aquela praça. O rei leonês foi em auxílio da cidade ameaçada e derrotou as tropas portuguesas, fazendo um grande número de prisioneiros.
Em resposta, D. Afonso Henriques entrou pela
Galiza, tomou Tui e vários outros castelos, e em 1169 atacou primeiro Cáceres. Depois voltou-se contra Badajoz na posse dos sarracenos, mas que pertenceria a Leão, conforme o acordado no tratado de Sahagún assinado entre aquele reino e Castela.
Não obstante, sem respeitar estas convenções nem os laços de parentesco que o uniam a Fernando, o rei português
cercou Badajoz para a conquistar para Portugal. Quando os muçulmanos já estavam cercados na alcáçova, Fernando de Leão apresentou-se com as suas hostes e atacou D. Afonso nas ruas da cidade. Percebendo a impossibilidade de manter a luta, Afonso terá tentado fugir a cavalo, mas ao passar pelas portas ter-se-á ferido na coxa contra um dos ferros que a guarneciam. Fernando tratou o seu sogro prisioneiro com nobreza e generosidade, chamando os seus melhores médicos para o tratar.
Esta campanha teve como resultado um
tratado de paz entre ambos os reinos, assinado em Pontevedra, em virtude do qual Afonso foi libertado, com a única condição de devolver a Fernando cidades extremenhas(da Extremadura espanhola) tais como Cáceres, Badajoz, Trujillo, Santa Cruz ,Monfragüe e Montánchez, que havia conquistado a Leão. Estabeleciam-se assim as fronteiras de Portugal com Leão e a Galiza. E mais tarde, quando os muçulmanos sitiaram Santarém, o leonês auxiliou imediatamente o rei português.
Após o
incidente de Badajoz, a carreira militar de D. Afonso Henriques praticamente terminou. A partir daí, dedicou-se à administração dos territórios com a co-regência do seu filho D. Sancho. Procurou fixar a população, promoveu o municipalismo e concedeu forais. Contou com a ajuda da ordem religiosa dos cistercienses para o desenvolvimento da economia, predominantemente agrária.
O legado do seu reinado foi, entre outros:
A
fundação da nacionalidade, reconhecida pelo papado e pelos outros reinos da Europa;
A pacificação interna do reino e alargamento do território através de conquistas aos
mouros empurrando as fronteiras do Condado Portucalense para sul.
A fundação do
Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra em 1131
O seu
túmulo encontra-se no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, ao lado do túmulo do filho D. Sancho I.
O reinado de Afonso Henriques ficou marcado pela tolerância para com os
judeus. Estes estavam organizados num sistema próprio, representados politicamente pelo grão-rabino nomeado pelo rei.
O grão-rabino
Yahia Ben Yahia foi mesmo escolhido para ministro das Finanças de Afonso Henriques, responsável pela coleta de impostos no reino. Com esta escolha teve início uma tradição de escolher judeus para a área financeira e de manter um bom entendimento com as comunidades judaicas, que foi seguida por seus sucessores.


(Fonte:Wikipédia)

Um comentário:

  1. Exmos. Senhores
    É bom que se fale de Portugal. E do grande homem, que foi D. Afonso Henriques. Homem Português! E a PORTUGAL! Legou Portugal, a quem o foi construindo e mantendo. Infelizmente, hoje, com os abrilescos, estamos reduzidos à estaca zero.
    Que me importa a min, com quem a Senhora mãe do heróico Afonso Henriques, I Rei de Portugal, se deitou. Ou até mesmo, se tão Nobre Senhor, era filho do mui Nobre Egas Moniz. Sei que, construiu Portugal. Infelizmente, com a actual força política instituída em Portugal, foi permitido em carnavalescos e selváticos arraiais de politicagem arruaceira, degolar estatuas. Para esconder a verdade de ontem. Ou deturpar a realidade da nacional história. Até parece que, já há, quem queira desenterrar tão nobre cadáver para o autopsiar. Não me parece, que actualmente, pelo que se vive e se ouve em Portugal, em contraste com as restantes nações. Portugal, viva em demanda da verdade absoluta. Da essência da construção. Com quanto, pelo mundo, proliferam muitas estatuas de piratas, as quais, são mantidas com respeito, e celebradas nos dias festivos, com nacional orgulho, pelos seus concidadãos. No entanto, possivelmente, alguns dos representados nas estatuas, também não foram filhos de seus pais. Mas restou sabido, que trabalharam aos seus países. E assim são celebrados.

    CANTOS
    Lírios, cravos ou rosas.
    Deslumbrantes flores perfumadas…
    Ao amante das naturas.
    Órgãos de aromas de infindos ninhos.
    Pedículos cravados de espinhos…
    Ao destruidor de construtivos sonhos.
    Paleta de múltiplas cores.
    Ao celeste perenes odores…
    Bálsamos dos sofredores.
    Pétalas ao amor dos apaixonados.
    Lágrimas dos desirmanados…
    Ofertas aos santificados.
    Verdes campos de menino.
    Aos egrégios canto meu hino…
    Áridos baldios por falta de tino.
    Corneteiros do desfloramento.
    humanizai por um momento…
    Olhai nos campos o movimento.
    Voluteiam ao ar mil bandeiras.
    Mas já não se vêem as ceifeiras…
    Pararam as debulhadeiras.
    Já não são flores… senhor?
    São da fome o penhor…
    No vosso desempenho… senhor?
    Eduardo Dinis Henriques
    http://muitopioresqueosfilipes.blogspot.com

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